segunda-feira, 2 de maio de 2011

Como pode uma pessoa não se empenhar em lembrar seus sonhos?

Estilos da vida  

CONTARDO CALLIGARIS
FSP – 21.04.2011

Nós todos adotamos ou inventamos um estilo singular para a história de nossa vida

 
Você se lembra daqueles personagens de quadrinhos que são impiedosamente seguidos por uma nuvem preta, que é uma espécie de guarda-chuva ao contrário? Eles não têm para onde fugir: deslocam-se, mas a chuva os persegue, mesmo debaixo do teto de sua casa. Claro, no outro extremo do leque há pessoas que são seguidas por um sol esplendoroso, mesmo quando estão no escuro ou no meio de um desastre que deveria empalidecer a luz do dia (se ela tivesse vergonha na cara). Em suma, cada um de nós parece estar sempre numa condição meteorológica que lhe é própria e não depende nem da estação nem dos acontecimentos do momento. Esse clima privado, como um pano de fundo que nos seria imposto, é uma consequência quase inevitável dos primórdios de nossa vida e das bênçãos ou maldições murmuradas ao redor de nosso berço. Talvez sejamos um pouco mais livres para escolher o estilo da vida que levaremos, seja qual for nosso pano de fundo.
Geralmente, por estilo DE vida, entende-se um modelo que a gente imita para construir uma identidade e propô-las aos olhos dos outros. Mas o estilo DA vida, que é o que me interessa hoje, é outra coisa: é a forma literária na qual cada um narra sua própria vida, para si mesmo e para os outros. Um exemplo. Acabo de ler (e continuarei relendo por um bom tempo) "The Book of Dreams" (o livro dos sonhos), de Federico Fellini (ed. Rizzoli). São mais de 400 páginas, em grande formato, que reproduzem fotograficamente os cadernos nos quais o diretor italiano registrou seus sonhos, em palavras e desenhos, de 1960 a 1968 e de 1973 a 1990 (ele morreu em 1993). Tullio Kezich, que assina a introdução, conta que, em 1952, no seu primeiríssimo encontro com Fellini, o diretor lhe perguntou o que ele tinha sonhado no dia anterior. Tullio não sabia e ganhou uma filípica de Fellini sobre a importância de não perder o "trabalho noturno", que seria no mínimo tão significativo quanto o que pensamos e fazemos quando estamos acordados. Fellini amava dormir e sonhar; ele vivia com um caderno ao lado da cama, onde registrava texto e visões imediatamente, ao despertar. E note-se que seu interesse pelos sonhos era anterior a seu primeiro contato com a psicanálise (que foi desastrado, com um freudiano, em 1954, e bem-sucedido com um junguiano, Ernst Bernhard, de 1960 a 1965, quando Bernhard morreu). Vários amigos que me viram ler o livro me perguntaram se, então, os sonhos de Fellini serviam de material para seus filmes. A questão não cabe. O que o livro revela é que, para Fellini, o sonho era, por assim dizer, o gênero literário no qual ele vivia (e portanto contava) sua vida- nos cadernos da mesa de cabeceira, nos filmes e no dia a dia.
Cuidado. Fellini não especulava nem um pouco sobre, sei lá, a "precariedade" de nossa percepção, que pode confundir sonho com realidade. Ele nunca se perguntava se o que estava vivendo era sonho ou realidade, porque, para ele, o sonho era, propriamente, o estilo da realidade. Esse estilo era o que fazia com que seu olhar estivesse constantemente maravilhado ou atônito: graças a esse estilo, ele atravessava (e contava) a vida como "um mistério entre mistérios" (palavras dele). Pois bem, nós todos adotamos ou inventamos um estilo singular para a história de nossa vida – é o estilo graças ao qual nossa vida se transforma numa história. Cada um escolhe, provavelmente, o estilo narrativo que torna sua vida mais digna de ser vivida (e contada). Há estilos meditativos, investigativos, introspectivos, paranoicos ou, como no caso de Fellini, oníricos e mágicos. Quanto a mim, o estilo narrativo da minha vida é, sem dúvida, a aventura. Não só pelos livros que me seduziram na infância ("Coração das Trevas", de Conrad, seria o primeiro da lista). Mas porque a narrativa aventurosa sempre foi o que fez que minha vida valesse a pena, ou seja, não fosse chata, mesmo quando tinha toda razão para ser. Quando meu filho, aos quatro ou cinco anos, parecia se entediar, eu sempre recorria a um truque, que ele reconhecia como truque, mas que funcionava. Eu me calava e me imobilizava de repente, como se estivesse ouvindo um barulho suspeito e inquietante; logo eu sussurrava: "Atenção! Os piratas!". Nem ele nem eu acreditávamos na chegada dos piratas, mas ambos achávamos que a vida merecia um pouco de suspense.

Texto disponibilizado por Rosaura Soligo e Adrianne Ogêda Guedes.
Post de Rosaura Soligo:
"Segue um bonito texto e uma pergunta: como pode uma pessoa não se empenhar em lembrar seus sonhos?"            
Rosaura
http://www.institutoabaporu.com.br/
http://chiarosscuro.blogspot.com/

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

Os Srs e Sras  MARCOS DE CARVALHO MAZZONI FILHO, TÂNIA MARIA CASTRO e ADRIANNE ÔGEDA GUEDES informam que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) acaba de publicar uma nova edição da Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos.
Assim, nos convidam para acessar o sistema no endereço
http://www.rbep.inep.gov.br/
Naveguem no sumário da revista para acessar os artigos e itens de seu interesse.
Com o tempo faremos algumas colocações sobre o assunto.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Motivação - Fatores internos versus Fatores externos.


O que motiva um homem?
O que motiva um profissional?
Alguns diriam que são os elogios dos seus pares, dos seus chefes. Outros diriam que o tilintar das moedas é um ótimo fator de motivação. O Reconhecimento daqueles que lhe cercam, também é um excelente combustível para seguir em frente.
Até agora exploramos somente fatores externos.
E sem eles?
O Homem não é capaz de se motivar?
Para este questionamento a resposta é SIM.
Para isso, existe a necessidade de termos uma boa noção do que realmente nós somos para que possamos refletir sobre nosso desempenho e podermos mudar naquilo que não nos agrada. Agindo desta maneira, estaremos no caminho certo para mudar nossos rumos e aspirações.
Tracemos METAS e OBJETIVOS para nós mesmos. De modo que, possamos sentir muito mais orgulho de nossas conquistas, de nossas vidas, potencializando a força interior que nos move a cada dia.
Com isso, lidaremos todos os dias. Pessoas com os mais diversos tipos de “astral”, energia e motivação. Alunos, professores e pais, todos atores deste grande cenário que é o ensino. Por este motivo coordenador, cabe a nós, mais do que ninguém, motivar a todos que nos envolvem, fazendo do nosso meio, o ambiente mais agradável para se viver.
Como exemplo maior, indico o video em anexo:

domingo, 17 de abril de 2011

Primeiro Grande Licenciamento

                                                                   
Bom dia a todos!
Fim da semana 06.
Como diziam nos idos de 96, cada semana a mais, uma semana a menos.
Não creio que devamos pensar assim.
Creio que o correto seria dizer que, esta foi mais uma semana que ajudou a construir nosso perfil como coordenadores pedagógicos que somos.
Mais do que apontarmos os pontos fortes, fracos e oportunidades de melhoria, seria dizer as lições de vida apreendidas nestes dias.
Depois de 33 jornadas convivendo juntos, estamos aprendendo a lidar com as diferenças um do outro. Isso é importante para nosso  crescimento!
Agora, depois desta correria da fase inicial, de adaptação, nada mais justo do que uma merecida parada para o descanso.
Aproveitem este período de permanência junto aos seus familiares e aproveitem o máximo que puderem. Continuem sendo motivos de alegria para eles.
Sigam com Deus e façam uma boa viagem.
Até o retorno!!!
Wagner